O capitalismo apenas concedeu às mulheres trabalhadoras a dupla-exploração e a superexploração. Ao passo que aumenta a participação das mulheres no mercado, cresce a informalidade\precarização entre elas. Essa tendência se intensifica em função da Copa, com as remoções e a especulação imobiliária, o deslocamento dos postos de trabalho, a instabilidade no emprego e o arrocho salarial, que empurram ainda mais a mulher trabalhadora para a informalidade. As mulheres constituem grande parte do proletariado marginal e sendo parte da classe trabalhadora e oprimida, se indigna e luta.
Desde o início das jornadas de junho em 2013 é nítida a predominância da estudantada e proletariado marginal nas manifestações; logo, também é notória a participação das mulheres nos atos mais combativos e na linha de frente destes, atuando de forma intensa, contínua e crescente nas ruas, assumindo tarefas cada vez mais ousadas e ofensivas.

Os inimigos de classe e seu "feminismo" burguês, apoiando-se e apoiados pela mídia (burguesa) de massa, ansiosos por enquadrar as mulheres num ideal de feminilidade, assustam-se ao ver corpos femininos reincorporando a agressividade e combatividade que a sistemática domesticação burguesa (e patriarcal) tentou aplacar.

A cultura da subserviência sexual e de violência doméstica\familiar também servem como dispositivos de amansamento da mulher proletária, consequentemente são ferramentas de dominação de classe. Portanto, é preciso apontar que o opressor machista age indiretamente em favor dos exploradores. Neste sentido, é urgente combater o machismo que se manifesta também no seio da classe trabalhadora. Ele age para nos dividir. Não se pode reivindicar o classismo sem incorporar a luta pela emancipação integral da mulher (econômica, política, sexual, cultural e etc.). O povo só se liberta quando todas suas frações e grupos se libertam.
Nos primeiros grandes atos de 2013, parte dos manifestantes, tomados por sentimentos paternalistas, clamavam às combatentes que recuassem. Mas, com a progressão dos atos e com a intransigência destas mulheres, que não admitem serem meras espectadoras de suas próprias batalhas, coube aos homens dizer “Avante, lutadoras!” e marchar ao lado delas, confiantes, ombro-a-ombro, rumo à emancipação integral do proletariado e de suas frações marginais.
“Da linha de frente ninguém me tira” é a resposta das mulheres combativas ao Estado e ao machismo. Não basta apenas mobilizar as mulheres para que tomem as ruas, mas exigir dos homens que as reconheçam como companheiras de luta e heroínas do povo, que as respeitem e que se solidarizem a elas, em toda parte e sempre. Homens e mulheres trabalhadoras: somos uma só classe!
Avante mulheres Black Blocs!
Pela construção de comitês de autodefesa das mulheres!
Combater o machismo é tarefa revolucionária!
NÃO VAI TER COPA!!!
Pela construção de comitês de autodefesa das mulheres!
Combater o machismo é tarefa revolucionária!
NÃO VAI TER COPA!!!
ASSINAM ESSE MANIFESTO:
Fórum de Oposições pela Base – FOB
Rede Estudantil Classista e Combativa – RECC
Aliança Classista Sindical – ACS
Oposição de Resistência Classista – ORC
Coletivo Aurora
Liga Sindical Operária e Camponesa – LSOC
¹Manifesto produzido pelos estudantes e trabalhadores presentes no I ENOPES
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